quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Pôneis. É.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Sobre distâncias
As suas atitudes definem a sua altitude. Você acha que está mais perto do céu ou da terra? Ande nos caminhos que satisfaçam as suas vontades, seu coração e que agradam aos seus olhos. Saiba, porém, que de todas essas coisas Deus te pedirá contas.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Histórias de criança
- Sol, tu que és tão forte, derreta a neve e desprenda o meu pézinho?
E o Sol, indiferente, respondeu:
- Mais forte que eu é o muro que me tampa.
Então a pobre formiguinha disse:
- Muro, tu que és tão forte, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho?
E o muro rapidamente respondeu:
- Mais forte que eu é o rato, que me rói.
A formiga, quase sem fôlego, perguntou:
- Rato, tu que és tão forte, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
E o rato falou bem rápido:
- Mais forte que eu é o gato que me come.
A formiga então perguntou ao gato:
- Tu que és tão forte, que come o rato, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
O gato responde sem demora:
- Mais forte que eu é o cachorro, que me persegue.
A formiguinha estava cansada e, mesmo assim, perguntou ao cachorro:
- Tu que és tão forte, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
- Mais forte que eu é o homem, que me bate.
Pobre formiga! Quase sem força, perguntou ao homem:
- Tu que és tão forte, que bate no cachorro, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
O homem olhou para a formiga e respondeu:
- Mais forte que eu é Deus, que tudo pode.
A formiga olhou para o céu e perguntou a Deus:
- Tu que és tão forte que tudo pode, desprenda o meu pézinho?
E Deus, que ouve todas as preces pediu à primavera que chegasse com seu carro dourado triunfal enchendo de flores os campos e de luz os caminhos, e vendo que a formiga estava quase morrendo, levou-a para um lugar onde não há inverno e nem verão e onde as flores permanecem para sempre.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
Um beijo.
Brooke Fraser - Hosea's Wife
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
segunda-feira, 31 de maio de 2010
I've been waiting
Laura queria muito se casar, mas queria alguém especial.
Aos 15 anos fez uma lista com 20 características indispensárveis para seu futuro esposo.
Aos 20 anos, reduziu sua lista para 15.
Aos 25, riscou outras 5 características da lista. Restaram 10.
Aos 30 anos, restou apenas uma: ser homem.
Beijos!
Música do dia: Guiding me home - Kutless
Filme do dia: O som do coração (acho que perceberam que a ênfase é porque o filme é muito bom, né)
sexta-feira, 28 de maio de 2010
A liga
Então, eu tive mais algumas idéias daquele dia pra cá, graças a ajuda da Gabi, mas vou deixar ela pra outro post. O que eu vim fazer aqui mesmo foi comunicar a vocês que enviei hoje o texto pro concurso Capricho Fic. O tema dessa fase era: O projeto de Ciências. Depois de muuuuito pensar, saiu essa aberração aí. Sejam sinceros nos comentários, por favor. Por hoje é isso. Beeijos.
Houve uma época, há muito tempo atrás, em que a paz reinava e as pessoas viviam felizes e unidas. Mas não foi nesse tempo que a história que eu vou lhes contar aconteceu. Na verdade, ela aconteceu na época da revolução digital, da violência escancarada, da fornicação livre e de todo o resto. Enfim...
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Cheiros diferentes
Mas aquele dia foi diferente. Vi o amor pela primeira vez, passando por mim e me enlaçando numa brisa e numa onda tão otimista, feliz, doce, tranquila, que cheguei a ter náuseas. Eu, que desconhecia a origem e manifestação de tal sentimento, fiquei atônito. Eu queria aquilo, isso era o que me dava mais medo. Queria aquela troca de olhares demorados, aquele andar de mãos dadas. Queria sentir e receber o carinho, dedicação e adoração transmitida de um para o outro inconscientemente. Mas não podia, não devia.
Vivia feliz na minha solidão, com meus cigarros, tequila, paletó rasgado e nada mais. Não seria como meu pai, que chorando amaldiçoou a si e ao vento. Não seria como minha mãe que até hoje procura os cacos do próprio coração. O amor era um mito, uma fantasia feita pra crianças. E eu gostava de manter distância tanto do amor quanto de crianças.
Me levantei então daquela varanda e deixei o filme de terror de lado, me enfiando dentro do meu quarto. Ali, em meio aos meus devaneios, estava seguro. Fiquei lá por dias, saindo apenas para comer e ir ao banheiro. A luz já havia sido cortada e o cheiro de homem suado e pizza estragada haviam sido adicionados ao odor peculiar de álcool barato e prostitutas do quarto.
Mas a tortura estava prestes a começar, o dia de limpeza havia chegado. Não entendia porque os outros se importavam em limpar a bagunça que os próprios donos não queriam limpa. A minha imundice me lembrava do meu lugar, me protegia do mundo, dos sentimentos, das pessoas lá fora. Mas mesmo com todas as ameaças e gritos, a empregadinha não me deixou em paz. Alegou que era paga para isso e que seria demitida se não cumprisse seu trabalho. Ora, pois que fosse demitida então! Que tinha eu com a vida dela? Se quisesse dinheiro que trabalhasse de esquina a esquina toda noite. Mas me contive e decidi sair.
Depois de tanto tempo, voltar à minha varanda era um bálsamo à minha alma e mesmo que eu lutasse contra aquilo, me rendi ao espírito de paz lá fora. Sem o efeito do cigarro e da tequila, a visão foi diferente, melhor. Foi então que eu a vi passar com os cabelos ao vento e a bochecha rosada. Fiquei estagnado, meus joelhos falharam e meu peito se apertou. Droga! Droga, droga, droga! Eu não podia, não devia. Mas ele não escolhe a quem pegar. Eu bem que sabia que não devia ter saído do meu mundo. Depois de xingar milhares de palavrões e botar pra correr a empregadinha candidata à prostituta agora, entrei pra dentro do meu quarto e fechei a porta novamente.
Mas dessa vez, meu coração, minha alma, tudo me chamou pra fora. Peguei um retrato de papai e mamãe juntos e chorei, pedindo perdão por quebrar minha promessa. Tirei meu paletó, abandonei meus cigarros e tequila definitivamente e saí. Vivi.
Algum tempo depois, consegui encontrar a garota dos cabelos esvoaçantes e bochechas rosadas. Ela estava com outro, mas não me importei. Depois disso, encontrei minha garota de verdade e eu não preciso mais de paletó pra me aquecer, porque ela faz isso só de me olhar. Nós vivemos juntos num apartamento que cheira à lavanda e ela é professora e eu fotógrafo profissional. Vamos nos casar daqui alguns dias. Mas hoje eu tenho uma coisa especial pra fazer. Vou pedir perdão à papai e mamãe por ter gastado trinta anos da minha vida em nada.
Ah, e a foto? É dela e fui eu que tirei.
- A garota ali da foto sou eu mesma e esse texto foi escrito ao som de The Only Exception, Paramore.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Secrets.
É, apiário, colméia, uma casa de abelhas.
As pessoas não fazem idéia da complexidade da vida numa colméia. As abelhas tem toda uma vida secreta, da qual nada sabemos, mas que é exemplo de que a racionalidade nos dada nem sempre funciona e de que quase nunca ouvimos o mais importante: nosso coração. Exemplo disso, toda vez que uma abelha pica alguém, morre na hora de desgrudar o ferrão. É da mesma maneira com quem machuca os outros, faz o mal. Não digo morte física, mas morte da alma, dos sentimentos, da humanidade, lentamente. Nenhuma abelha que ama a própria vida vai querer picar ninguém. Mas também não se pode bater nelas. Nem pensar em dar tapas. Amor, essa é a palavra. Até mesmo cada pequeno ser quer ser amado, que o diga seres "grandes" como nós. É, eu to mesmo falando daquela conversa de pagar ódio com amor. Uma corrente sabe? Se você oferece amor pra alguém, mais tarde essa pessoa vai passar pra frente e assim por diante. Até que um dia o gesto de amor vai chegar em você.
Mas não é só de amor que as abelhas entendem. Elas entendem de esperança, coletividade, perseverança. Esperança, porque mesmo quando as flores secam no verão elas não param de trabalhar, não desistem apesar de não terem com o que fazer o mel. Ao contrário, elas começam a sugar o fruto do sabugueiro. De coletividade, porque todas as abelhas trabalham juntas para resfriar a colméia. Todas. E de perseverança porque uma abelha pesa menos que uma pétala de flor, mas pode voar carregando um peso cem vezes maior que ela. As vezes a gente sempre acha que o nosso problema é insolúvel. Ele sempre é grande demais. Você tem nós na garganta, dificuldade de respirar, os pulmões e coração apertados. Sintomas de desesperado exagerado e descenecessário. Nunca é como você pensa. O problema nunca é grande demais, nunca é insolúvel e você não é o único. Nunca é. A vida tá aí, esperando pra ser vivida, não vista. O seu problema é tão pequeno diante das grandezas das coisas. Você sempre pode superar. Ajudado ou não, você sempre pode. Seja uma abelha.
Agora toda vez que me perguntarem que animal eu seria se eu fosse um, eu não vou mais dizer borboleta. Já não mais. Eu vou ser uma abelha. Decidido. Afinal de contas, é no verão quando as flores secam que elas produzem o melhor mel e o mais caro.
- Texto inspirado em "A vida secreta das Abelhas"
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Pieguice mais que necessária e desejada!
Minha mãe nasceu em 2 de Abril de 1961. Há exatamente 49 anos.
Exatamente, entenda o que eu digo.
Eu podia vir aqui hoje e dizer palavras lindas e emocionantes sobre tudo que a minha mãe significa pra mim. Mas isso não basta. Não basta dizer que ela é a pessoa em que eu mais me espelho por ter começado a trabalhar com 14 anos pra sustentar seus próprios irmãos. Não basta dizer que ela é um exemplo de pessoa porque conseguiu tudo na vida praticamente sozinha, batalhando todos os dias. Não basta dizer que ela é a mulher mais forte que eu já vi só por aguentar um parto atrás do outro, seguido da morte do próprio pai e ainda sair dessa depois, aguentando tudo sozinha, de novo. Não basta dizer que ela é a mulher mais baixinha e valente que eu já conheci e que defende o que acredita com unhas e dentes (e aí de quem ir contra!). Não basta dizer que ela é linda, maravilhosa, corajosa, inteligente, uma mulher de Deus! E que com os castigos, tapas e xingos de sempre, ela é tudo pra mim. E de diferença mesmo entre nós duas só os muitos anos de experiência. Porque, pode acreditar, a palavra idênticas foi criada pra nós. Mãezinha, eu sei que logo depois que eu terminar de escrever esse texto eu vou te fazer sentar em frente ao computador e ler isso, porque eu ainda não vou ter te dado parabéns, como sempre, já que eu sempre tento te fazer alguma surpresa antes da palavrinha mágica que todo mundo vai te dizer hoje. Porque você não merece parabéns hoje por hoje ser seu aniversário. Você merece parabéns todos os dias por ser quem você é! Que Deus te dê o dobro de força, o dobro de sabedoria, o dobro de coragem, o dobro de perseverança, o dobro de beleza, o dobro de tudo que a senhora já tem.
"Eu te amo" agora são palavras fúteis demais. Mas, eu te amo!
sábado, 13 de março de 2010
Como o Che!
De vez em quando eu gostaria de voltar ao jardim de infância. Naquele tempo que podíamos até não conhecer as outras crianças, mas, mesmo assim, cinco minutos depois já estávamos brincando com elas como se fôssemos melhores amigos há muito tempo. Isso porque éramos o que queríamos ser e pronto. À medida que a gente vai crescendo, vai se decepcionando e enxergando um lado da vida que não conhecíamos antes. Lado obscuro, lado mal, que eu preferia não ter visto. A partir daí nossos dias se enchem de uma eterna monotonia e melancolia inigualáveis. Tudo perde a cor. Aquele amor e alegria que a gente tinha no peito vão se apertando cada vez mais até não sobrar quase nada. Tudo em que acreditávamos antes vira infantilidade e perda de tempo. É nesse momento que me vem uma nostalgia e enjôo imensos ao pensar que um dia eu posso chegar a ficar assim.
Mas há! Eu tenho uma carta na manga. Há um tempo atrás, ela seria colocar as coisas que eu mais gostasse numa caixa, decorá-la com o máximo de frases otimistas do tipo "Nunca se esqueça de ser criança" e "Nunca se esqueça de quem você é por dentro" com a maior gama de canetinhas coloridas que eu pudesse juntar, e depois enterrar tudo até o dia que eu achasse que eu precisava relembrar tudo. É, eu gostava daquele filme da Britney Spears. Mas, agora eu vejo que talvez isso não funcione muito, afinal de contas serão só palavras. E apesar de palavras terem muito poder também, nesse caso elas não seriam muito adequadas. Então vamos partir pra ação.
O plano seria uma rota de viagem. Destino? O mundo. Talvez eu vá até o deserto de Atacama, no Chile; até as pirâmides do Egito (se elas ainda existirem); até uma ilha vulcânica; até o Canadá, China, Holanda, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, Coréia do Sul e do Norte, Japão, Austrália, Argentina, Angola, África do Sul, México e todo o resto. Talvez eu até estude antes pra saber o que fazer nesses lugares. Exatamente como Che Guevara, O Che. Eu quero é me esbaldar, conhecer lugares e pessoas novas, correr e gritar o mais alto que eu puder, ajudar quem eu conseguir ajudar, ser quem eu quiser ser. E bem, eu posso até não fazer diferença nenhuma onde eu for e posso nem chegar a ir a lugar nenhum, mas o plano está feito. E eu espero realmente que quando eu crescer não ache isso tão infantil. E se achar, tomara que eu seja como a Dercy Gonçalves, tirando a parte dos palavrões. Ou como a Hebe Camargo. Ou talvez até mesmo como a minha doce avózinha que é muito mais viva e antenada que muitos quarentões e quarentonas por aí. Porque a monotonia e melancolia da vida adulta, esses eu não quero não!
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Hi people! Desculpem a demora pra postar, andei meio ocupada por esses dias. Sabem como é, primeiro ano do ensino médio não é mole não, hahaha. Mas enfim, tá aí mais um texto. Espero que gostem. E por favor, não saiam sem comentar, combinado? Beeeijos.
ps: Sim, o layout está mudado. De novo.
terça-feira, 9 de março de 2010
Antoine de Saint-Exupéry, muito obrigada.
"E a raposa disse: - Tu não és ainda pra mim senão um garoto inteiramente igual a cem outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim único no mundo. E eu serei pra ti única no mundo...Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo pra mim não vale nada. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então, será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo." - O pequeno Príncipe
' E isso é que é amor! Existe explicação melhor que essa?
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Nada além de mim
Somebody Tell me: www.temnomenenhumnao.blogspot.com
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Lifehouse - Everything
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Tão comum
Então, na verdade mesmo, nem era pra eu estar postando hoje. Fiz uma postagem ontem e normalmente eu espero pelo menos uns quatro dias pra ver um número maior de comentários. Mas, apesar do número de comentários maior ainda ser um alvo, eu realmente preciso escrever. (se quiserem comentar ainda o post tá logo aqui abaixo)
Não sei se vocês repararam mas o blog está mudado. De novo. Não que eu mude de opinião a toda hora, apesar de isso não ser tão ruim, mas é que a maioria dos layouts que eu ponho nunca são bons o suficiente e encontrar um que se pareça comigo parece cada vez mais totalmente surreal. Mas dessa vez eu precisava mudá-lo de verdade. É como dizem, as mudanças interiores são vistas através das exteriores. Não sei se me expressei bem, mas o que quero dizer é que EU também mudei.
Sei que eu já disse isso uma porção de vezes e ultimamente tenho falado bastante, mas cada vez que eu digo isso é porque cresci um pouquinho mais. A vida é assim mesmo. Cada dia colocamos um tijolo a mais na construção. Eu sei que isso ficou bem piegas, mas é a verdade. Estamos sempre mudando e crescendo. Um sorriso, uma lágrima, qualquer ação e até mesmo palavras podem nos fazer crescer toda vez que precisamos. E eu precisei. Não sei bem o que acontece comigo e os meus textos, mas é incrível como a maioria dos blogs cresce e esse aqui não. Eu não sei se o problema é eu não ter vinte e quatro horas pra fazer propraganda ou se as coisas aqui são verdadeiramente uma merda, mas eu ainda prefiro acreditar que a primeira opção é a verdadeira. Então, eu passarei a mandar o link daqui pra todos os blogueiros possíveis e a República Capricho vai se tornar minha segunda casa. Então se isso não bastar, eu ainda tenho uma outra carta na manga.
A maioria dos textos que eu escrevo aqui dão um trabalho danado. Eu me esforço 100% pra que histórias avulsas sejam o mais verdadeiras possíveis e não tomem rumos infantis e idiotas. Mas, normalmente elas tomam esse rumo. Sei lá, é que as vezes parece que escrever sobre longas despedidas, ou longos encontros regados a romantismo e dramatismo e todas essas coisas piegas que todo mundo ama não me deixa satisfeita. Não estou dizendo que amor é uma coisa ultrapassada, longe de mim isso, logo eu, romântica incorrigível. Mas é que eles nunca parecem o suficiente e são sempres...comuns. Ora, quem nunca ouviu uma linda história de amor como a do post debaixo? Isso é clássico. Eu sempre tentei dar uma de diferente, mas há algum tempo atrás percebi que todo mundo tenta fazer isso. Então, diferente de verdade é aquele que não tenta fazer nada. É o que é e pronto. Se ele não estiver na moda não tem problema, mas que mal há em estar? Qual o problema em seguir o modismo e ser como a sociedade quer? Nenhum, se você for assim de verdade. Então, eu me cansei de tentar fazer diferente porque eu sempre vou acabar igual a todos os outros. Eu digo que eu odeio rosa, mas eu não odeio. Só gosto mais de outras cores. E percebi que falar que preto é a única cor que presta, dizendo que eu cresci por achar que rosa é cor de menininha infantil, me deixou mais infantil ainda. Não digo que deixei de gostar de preto e nem que agora sou amante do rosa, mas agora eu posso equilibrar os dois. E percebi também que por mais que eu tente, eu nunca vou conseguir achar o meu gosto perfeito.
E é dessa mesma forma com os meus textos. Hoje eu estive lendo um arsenal de blogs um pouco diferentes dos que eu estou acostumada a ler sempre e me surpreendi de um jeito tão grande que essa mudança é reflexo disso. Eles são sempre verdadeiros. Não são comuns, mas eu sei que também não há nada de errado em ser. Porque eu quero o diferente e o comum, o engraçado e o filosófico. Talvez isso esteja no meu sangue desde pequena. Sempre gostei de brincar de bola e de casinha. Sempre quis ser a descolada e doce ao mesmo tempo e gosto de jazz e música clássica tanto quanto de rock pesado. E esse é o rumo que eu espero que o blog tome. Eu sempre vou tentar fazer textos enormes, filosóficos, cheio de fortes opiniãos e reflexivos de arrepiar qualquer um, mas se alguma dia sair apenas mais um romance, que seja. Porque muitas vezes, faz bem não se importar em dizer oi, eu sou normal. Contato que seja você, nada mais importa e tenha certeza de que tudo vai dar certo.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Romance recentemente antigo
Primeiro, o poema:
CONTOS EM LETRAS GARRAFAIS
Todos os dia esvaziava
uma garrafa, colocava
dentro sua mensagem, e a
entregava ao mar.
Nunca recebeu resposta.
Mas tornou-se alcoólatra.
Agora, o texto:
MANHÃ DE NATAL
Ele tentou abraçá-la aos prantos como se o seu abraço a imobilizasse ou ajudasse de alguma forma pra que ela não partisse. Ela rapidamente se soltou e saiu andando.
- Meu amor, por favor, não vá embora!
- Sinto muito Harry, não dá mais pra nós...
E partiu, deixando-o em pé, acabado. Como ele a amava, mas por um deslize a havia perdido. Perdido o amor da sua vida. Lembrou-se então de como se conheceram. Era uma tarde de primavera e Harry havia sido demitido. Estava tão chateado, sabia que era um bom publicitário e não tinha culpa do que havia acontecido. Não sabia que uma única propraganda colocaria sua carreira a perder. Sentado ali, sozinho, ele aspirou o ar puro que estava ali e a brisa fria e calma das manhãs de Vancouver fez com uma lágrima quente rolasse pela sua face. "O que será de mim?", pensou ele. Estava tão mergulhado em seus pensamentos que nem percebeu que já havia passado da hora de fechar o parque. Caminhou, então, em direção à saída.
Foi então que ouviu alguém bater na porta do banheiro feminino.
- Alguém, por favor ?! Eu estou trancada aqui, abram a porta!
Mas Harry nem se importou e continuou andando. A moça então tornou a gritar. "Não custa nada ajudá-la", pensou ele, voltando para abrir a porta. Ele puxou a maçaneta e ela quase caiu. Ele nunca havia se esquecido, ela vestia um vestido florido, soltinho até o joelho e usava um suéter rosinha por cima. Com o cabelo curto até o limite do pescoço, e levemente maquiada ela parecia uma...manhã de natal. Essa era a única comparação que lhe vinha a cabeça capaz de demonstrar sua beleza e serenidade. Naquele momento, Harry sentiu seu coração bater mais forte, as pernas ficarem bambas e começou a suar. Não sabia o que estava acontecendo, mas sentia que precisava conhecê-la.
- Oi, muito obrigada! - disse a garota sorrindo - Meu nome é Sofie, muito prazer!
"Sofie", era assim que ela se chamava. Harry viu a mão dela estendida, mas havia perdido a fala e os movimentos. Observou o rosto da garota atentamente. Ela tinha traços femininos e gentis, o cabelo preto e liso e olhos cor de chocolate que juntos formavam um conjunto maravilhoso. Eram tão profundos e transmitiam tanta doçura, que era impossível não se render aos seus encantos. Lembrou-se, então, da mão estendida a sua espera.
- Você é linda! - foi tudo que ele conseguiu dizer.
Sofie riu.
- Obrigada. Bom, eu acho melhor irmos antes que o parque feche.
Ele concordou e saíram rumo à porta. Mas quando chegaram lá ela já havia sido fechada.
- Acho que vamos ter que ficar aqui por enquanto - disse Harry, tirando um pequeno sorriso de vergonha de Sofie.
Caminharam em direçao a uma árvore enorme, toda florida, onde se sentaram.
- E, a propósito, qual é o seu nome?
- Ah, sim, é Harry.
- Harry...Então Harry, o que você faz?
Ele lembrou-se então do que havia acontecido, mas por mais vergonha que tivesse de admitir, não conseguiu mentir pra ela, que o olhava fixamente.
- Fui demitido. - disse tristemente.
- Ah, me desculpe. - Sofie falou envergonhada.
Ele começou a rir descontroladamente e ela o acompanhou. Os dois ficaram assim por um bom tempo, rindo sozinhos. Harry então parou de rir subitamente e outra lágrima lavou seu rosto. Sofie então levantou a mão e afagou seu rosto, suave e carinhosamente, como que para confortá-lo. Ele segurou a mão dela em seu rosto e apenas isso foi necessário.
E agora, desolado, sentado no sofá, com a cerveja na mão, Harry lembrava-se de tudo. Pensou nela, que a essa altura já estava no Japão. Sofie recebera uma proposta de trabalho por lá, mas não foi por isso que o deixou. Ela achava que havia sido traída, mas não era verdade. Harry a amava demais para pensar em outra mulher. Mas Sofie não sabia disso, e a culpa não era dela.
Ao recuperar o emprego, Harry trabalhava o dia inteiro e se estressava demais. Se tornou frio, superficial e mau-humorado. Não demonstrava seu amor e Sofie não o reconhecia mais. A "suposta" traição, então, foi a gota d'água para o frágil coração dela. Harry olhou profundamente a garrafa de cerveja em sua mão, chorando novamente. Ele tinha que recuperar sua amada, só não sabia como. Foi então que veio a idéia. Saiu e comprou 100 garrafas e as esvaziou. Começou então a escrever diversos bilhetes e quanto tudo já estava pronto, saiu de carro em direção à praia. O propósito era ou que Sofie encontrasse alguma, o que era muito improvável, ou desse notícia de um maluco chamado Harry que estava "poluindo" o oceano. Em cada pedaço de papel ele escreveu uma mensagem: Me perdoe; Eu nunca seria capaz de te trair; Eu te amo demais...
E, no último pedaço, lembrando-se do primeiro encontro novamente, escreveu:
"Sofie, me perdoe por tudo. Eu fui um idiota e você não merece isso. Mas eu preciso da sua mão no meu rosto, eu preciso de você para me guiar. Eu te amo além da compreensão. Seja novamente minha manhã de natal?" E apenas isso foi necessário.