quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Pôneis. É.



A imagem tá meio deformada porque eu editei pra cortar o cigarro que o carinha tava fumando. A tirinha é muito inteligente, mas se tem outra coisa que eu odeio é cigarros.  E tenho dito. Bjbj :*

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sobre distâncias

No final de semana passado aconteceu uma micareta em homenagem ao aniversário da minha cidade aqui. Eu vi tanta, mas tanta coisa que fiquei até meio assustada. Não, assustada não seria a palavra certa. Fique perplexa ao ver a decadência humana tão grande. Então, eu preciso dizer o que eu vim aqui pra dizer:
As suas atitudes definem a sua altitude. Você acha que está mais perto do céu ou da terra? Ande nos caminhos que satisfaçam as suas vontades, seu coração e que agradam aos seus olhos. Saiba, porém, que de todas essas coisas Deus te pedirá contas.


Não esqueçam: inhome12@hotmail.com

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Histórias de criança

A formiguinha e a neve 

Numa certa manhã de inverno uma formiga saía para o seu trabalho diário. Já ia longe procurar comida quando um floco de neve caiu, prendendo o seu pézinho. Aflita, vendo que ali poderia morrer de fome e frio, a formiga olhou para o Sol e pediu: 

- Sol, tu que és tão forte, derreta a neve e desprenda o meu pézinho?
 

E o Sol, indiferente, respondeu:
 

- Mais forte que eu é o muro que me tampa.
 

Então a pobre formiguinha disse:
 

- Muro, tu que és tão forte, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho?
 
E o muro rapidamente respondeu:
 

- Mais forte que eu é o rato, que me rói.
 

A formiga, quase sem fôlego, perguntou:
 

- Rato, tu que és tão forte, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
 

E o rato falou bem rápido:
 

- Mais forte que eu é o gato que me come.
 

A formiga então perguntou ao gato:
 

- Tu que és tão forte, que come o rato, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
 

O gato responde sem demora:
 

- Mais forte que eu é o cachorro, que me persegue.
 

A formiguinha estava cansada e, mesmo assim, perguntou ao cachorro:
 

- Tu que és tão forte, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
 

- Mais forte que eu é o homem, que me bate.
 

Pobre formiga! Quase sem força, perguntou ao homem:
 

- Tu que és tão forte, que bate no cachorro, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pézinho?
 

O homem olhou para a formiga e respondeu:
 

- Mais forte que eu é Deus, que tudo pode.
 
A formiga olhou para o céu e perguntou a Deus:
 

- Tu que és tão forte que tudo pode, desprenda o meu pézinho?
 

E Deus, que ouve todas as preces pediu à primavera que chegasse com seu carro dourado triunfal enchendo de flores os campos e de luz os caminhos, e vendo que a formiga estava quase morrendo, levou-a para um lugar onde não há inverno e nem verão e onde as flores permanecem para sempre.
 



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Só queria informar aqui à Gabriela que o texto sobre a imagem dela já está  quase pronto. Só faltam alguns ajustes porque estou MUITO sem tempo ultimamente. E, queria avisar ao Bill Falcão pra mandar a que ele quiser pro email novo do blog. Agora, quanto a você leitor, espero que tenha entendido a mensagem e a intenção da história. Ela é a história que mais marcou a minha infância e era o livro que eu mais gostava. Achei no meio de umas caixas velhas ontem e decidi postar. Ahh, e o diálogo abaixo não fui eu quem escreveu, isso é de um filme que eu super recomendo (o nome tá no canto direito lá em baixo do post). No mais é isso. Beijos!

terça-feira, 7 de setembro de 2010



- Deve guardar seu diário, Cecily. Não vejo mesmo razão pra você manter um.
- Tenho um diário pra que possa escrever os maravilhosos segredos da minha vida. Se não os tivesse escrito, provavelmente os teria esquecido.
- A memória, minha querida Cecily, é o diário que todos nós carregamos.
- Acredito que a memória seja responsável por estes romances de três volumes que escrevem hoje em dia.
- Não fale com desprezo de um romance de três volumes, Cecily. Há muito tempo eu escrevi um.
- É mesmo, Sra. Prism? Espero que não tenha tido um final feliz.
- O bom acabou feliz, e o mal, infeliz. É isso que significa ficção.
- E a realidade, o que significa, então?



The Importance of being Earnest.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

sábado, 21 de agosto de 2010

I see the scars of searches everywhere I go
From hearts to wars to literature to radio
There's a question like a shame no one will show
"What do I live for?"
 We are squandering this life
Using people like ladders and words like knives
If we've eyes to see
If we've ears to hear
To find it in our hearts and mouths
The word that saves is near
Shed that shallow skin
Come and live again
Leave all you were before
To believe is to begin
There is truth in little corners of our lives
There are hints of it in songs and children's eyes
It's familiar, like an ancient lullaby
What do I live for?

Eu vejo cicatrizes de buscas em todo lugar que vou
De corações a guerras, a literatura, ao rádio
Há uma pergunta, como uma vergonha, que ninguém mostra
"Para quê eu vivo?"
Nós estamos desperdiçando essa vida
Usando pessoas como escadas e palavras como punhais
Se temos olhos para ver
Se temos ouvidos para ouvir
Para descobrir em nossos corações e bocas
A palavra que salva está próxima
Livre-se dessa pele superficial
Venha voltar a viver
Deixe tudo o que você era antes
Acreditar é começar
Há verdades nas pequenas esquinas de nossas vidas
Há dicas em músicas e nos olhos de uma criança
É familiar, como um canção antiga
Para quê eu vivo?



Um beijo.
Brooke Fraser - Hosea's Wife

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

"O'hana" means family. "Family" means nobody gets left behind. (Lilo & Stich)
Até personagens de desenho sabem disso. Por que é tão difícil aprendermos?

Um beijo.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

I've been waiting


Laura queria muito se casar, mas queria alguém especial.
Aos 15 anos fez uma lista com 20 características indispensárveis para seu futuro esposo.
Aos 20 anos, reduziu sua lista para 15.
Aos 25, riscou outras 5 características da lista. Restaram 10.
Aos 30 anos, restou apenas uma: ser homem.

Beijos!

Música do dia: Guiding me home - Kutless
Filme do dia: O som do coração (acho que perceberam que a ênfase é porque o filme é muito bom, né)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A liga

Oi pra todo mundo! (:
Então, eu tive mais algumas idéias daquele dia pra cá, graças a ajuda da Gabi, mas vou deixar ela pra outro post. O que eu vim fazer aqui mesmo foi comunicar a vocês que enviei hoje o texto pro concurso Capricho Fic. O tema dessa fase era: O projeto de Ciências. Depois de muuuuito pensar, saiu essa aberração aí. Sejam sinceros nos comentários, por favor. Por hoje é isso. Beeijos. 

A Liga

Todo mundo já tentou mudar o mundo uma vez.
Eu não tentei. Eu mudei.




Houve uma época, há muito tempo atrás, em que a paz reinava e as pessoas viviam felizes e unidas. Mas não foi nesse tempo que a história que eu vou lhes contar aconteceu. Na verdade, ela aconteceu na época da revolução digital, da violência escancarada, da fornicação livre e de todo o resto. Enfim...
Na verdade, tudo começou mesmo foi na minha aula de ciências. Como de costume, eu não estava prestando atenção na aula. Sabe como é, minhas unhas precisavam de um trato urgente e olhar pro Dudu era muito mais interessante do que olhar para o professor Tavares. Por isso, eu acabei levando um D- na minha redação. Resultado? Recuperação. Assim como um terço da escola, meu trabalho de recuperação foi um projeto de ciências. O objetivo era fazer algo original e criativo que mudasse o mundo. Algumas pessoas fizeram compostas (lê-se: 99,99999%), outras tentaram fazer bicicletas com bateria elétrica e tiveram aquelas com projetos não-identificáveis, mas eu queria fazer algo diferente dessa vez.  Teve até alguém que descobriu uma reação química que transmitia energia para alguns tipos de aparelhos eletrônicos, mas isso não mudava o mundo.  E ele, mais do que a minha unha, precisa de um trato mais urgente ainda. E foi no meio da noite que tive a idéia: eu faria um super-herói. E fiz, com muito trabalho, mas fiz. Não daqueles que existem nas histórias em quadrinhos e que combatem os vilões, foram outros. Eu criei A Super-Vassoura pra passar varrendo toda a sujeira do mundo todo. Dizem que as pessoas têm receio de sujar o que está limpo, então vai ver agora ninguém suja mais o nosso planeta. Também criei O Super-Liquidificador, pra bater e triturar toda inveja e ambição desnecessária que tem tanto no mundo de hoje. Além disso, ele pode fazer um suco mágico de amor, confiança, plenitude e felicidade pra todo mundo beber. Vai ver assim, todas essas coisas entram na corrente sanguínea das pessoas e levam os sentimentos bons pro coração de cada um. Mas além deles, eu criei O Super-Despertador que, na minha opinião, é o mais forte.  Eu fiz ele pensando em todos os adultos que eu vejo por aí. Ele tem o poder de trazer de volta as boas lembranças, as boas vibrações, a inocência, bondade e espontaneidade do coração de criança que, no fundo, no fundo, ainda está lá dentro da gente, eu sei. Ele também serve pra despertar os nossos sonhos e desejos mais profundos. Aqueles que nos motivam a continuar vivendo a cada dia e que deixa tudo mais belo, sabe? O motor e magia da vida.
Talvez com uma liga de super-heróis dessa tudo melhore. No fundo, depende mais da gente do que de super poderes, sabe. Além disso, tem alguém mais poderoso que Deus? E Ele está com a gente vinte quatro horas por dia.

Texto escrito ao som de Mais uma vez – Renato Russo.


Música do dia: Só Rezo - Nx Zero
Livro do dia: As roupas novas do Imperador
Filme do dia: O menino do pijama listrado
Frase do dia: "Escuridão já vi pior de endoidecer gente sã. Espera que o sol já vem"

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Cheiros diferentes

Da sacada da varanda eu observava a vida alheia. Sentado na cadeira do meu falecido pai, fumando meu cigarrinho malandro de quinta categoria e bebendo o resto de tequila daquela garrafa velha, era aquecido pelo meu paletó judiado pelo tempo enquanto via atores e assistia a filmes efêmeros de brigas, conflitos, decepções, loucuras, vida. Rua amaldiçoada aquela. Calçada amaldiçoada aquela. Desgraças divertidas até.
Mas aquele dia foi diferente. Vi o amor pela primeira vez, passando por mim e me enlaçando numa brisa e numa onda tão otimista, feliz, doce, tranquila, que cheguei a ter náuseas. Eu, que desconhecia a origem e manifestação de tal sentimento, fiquei atônito. Eu queria aquilo, isso era o que me dava mais medo. Queria aquela troca de olhares demorados, aquele andar de mãos dadas. Queria sentir e receber o carinho, dedicação e adoração transmitida de um para o outro inconscientemente. Mas não podia, não devia.
Vivia feliz na minha solidão, com meus cigarros, tequila, paletó rasgado e nada mais. Não seria como meu pai, que chorando amaldiçoou a si e ao vento. Não seria como minha mãe que até hoje procura os cacos do próprio coração. O amor era um mito, uma fantasia feita pra crianças. E eu gostava de manter distância tanto do amor quanto de crianças.
Me levantei então daquela varanda e deixei o filme de terror de lado, me enfiando dentro do meu quarto. Ali, em meio aos meus devaneios, estava seguro. Fiquei lá por dias, saindo apenas para comer e ir ao banheiro. A luz já havia sido cortada e o cheiro de homem suado e pizza estragada haviam sido adicionados ao odor peculiar de álcool barato e prostitutas do quarto.
Mas a tortura estava prestes a começar, o dia de limpeza havia chegado. Não entendia porque os outros se importavam em limpar a bagunça que os próprios donos não queriam limpa. A minha imundice me lembrava do meu lugar, me protegia do mundo, dos sentimentos, das pessoas lá fora. Mas mesmo com todas as ameaças e gritos, a empregadinha não me deixou em paz. Alegou que era paga para isso e que seria demitida se não cumprisse seu trabalho. Ora, pois que fosse demitida então! Que tinha eu com a vida dela? Se quisesse dinheiro que trabalhasse de esquina a esquina toda noite. Mas me contive e decidi sair.
Depois de tanto tempo, voltar à minha varanda era um bálsamo à minha alma e mesmo que eu lutasse contra aquilo, me rendi ao espírito de paz lá fora. Sem o efeito do cigarro e da tequila, a visão foi diferente, melhor. Foi então que eu a vi passar com os cabelos ao vento e a bochecha rosada. Fiquei estagnado, meus joelhos falharam e meu peito se apertou. Droga! Droga, droga, droga! Eu não podia, não devia. Mas ele não escolhe a quem pegar. Eu bem que sabia que não devia ter saído do meu mundo. Depois de xingar milhares de palavrões e botar pra correr a empregadinha candidata à prostituta agora, entrei pra dentro do meu quarto e fechei a porta novamente.
Mas dessa vez, meu coração, minha alma, tudo me chamou pra fora. Peguei um retrato de papai e mamãe juntos e chorei, pedindo perdão por quebrar minha promessa. Tirei meu paletó, abandonei meus cigarros e tequila definitivamente e saí. Vivi.
Algum tempo depois, consegui encontrar a garota dos cabelos esvoaçantes e bochechas rosadas. Ela estava com outro, mas não me importei. Depois disso, encontrei minha garota de verdade e eu não preciso mais de paletó pra me aquecer, porque ela faz isso só de me olhar. Nós vivemos juntos num apartamento que cheira à lavanda e ela é professora e eu fotógrafo profissional. Vamos nos casar daqui alguns dias. Mas hoje eu tenho uma coisa especial pra fazer. Vou pedir perdão à papai e mamãe por ter gastado trinta anos da minha vida em nada.


Ah, e a foto? É dela e fui eu que tirei.


- A garota ali da foto sou eu mesma e esse texto foi escrito ao som de The Only Exception, Paramore.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Secrets.

O mundo é um grande apiário.
É, apiário, colméia, uma casa de abelhas.



As pessoas não fazem idéia da complexidade da vida numa colméia. As abelhas tem toda uma vida secreta, da qual nada sabemos, mas que é exemplo de que a racionalidade nos dada nem sempre funciona e de que quase nunca ouvimos o mais importante: nosso coração. Exemplo disso, toda vez que uma abelha pica alguém, morre na hora de desgrudar o ferrão. É da mesma maneira com quem machuca os outros, faz o mal. Não digo morte física, mas morte da alma, dos sentimentos, da humanidade, lentamente. Nenhuma abelha que ama a própria vida vai querer picar ninguém. Mas também não se pode bater nelas. Nem pensar em dar tapas. Amor, essa é a palavra. Até mesmo cada pequeno ser quer ser amado, que o diga seres "grandes" como nós. É, eu to mesmo falando daquela conversa de pagar ódio com amor. Uma corrente sabe? Se você oferece amor pra alguém, mais tarde essa pessoa vai passar pra frente e assim por diante. Até que um dia o gesto de amor vai chegar em você.
Mas não é só de amor que as abelhas entendem. Elas entendem de esperança, coletividade, perseverança. Esperança, porque mesmo quando as flores secam no verão elas não param de trabalhar, não desistem apesar de não terem com o que fazer o mel. Ao contrário, elas começam a sugar o fruto do sabugueiro. De coletividade, porque todas as abelhas trabalham juntas para resfriar a colméia. Todas. E de perseverança porque uma abelha pesa menos que uma pétala de flor, mas pode voar carregando um peso cem vezes maior que ela. As vezes a gente sempre acha que o nosso problema é insolúvel. Ele sempre é grande demais. Você tem nós na garganta, dificuldade de respirar, os pulmões e coração apertados. Sintomas de desesperado exagerado e descenecessário. Nunca é como você pensa. O problema nunca é grande demais, nunca é insolúvel e você não é o único. Nunca é. A vida tá aí, esperando pra ser vivida, não vista. O seu problema é tão pequeno diante das grandezas das coisas. Você sempre pode superar. Ajudado ou não, você sempre pode. Seja uma abelha.
Agora toda vez que me perguntarem que animal eu seria se eu fosse um, eu não vou mais dizer borboleta. Já não mais. Eu vou ser uma abelha. Decidido. Afinal de contas, é no verão quando as flores secam que elas produzem o melhor mel e o mais caro.

- Texto inspirado em "A vida secreta das Abelhas"

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Pieguice mais que necessária e desejada!

Eu nasci em 2 de Agosto de 1995. Há 14 anos e uns quebrados.
Minha mãe nasceu em 2 de Abril de 1961. Há exatamente 49 anos.
Exatamente, entenda o que eu digo.



Eu podia vir aqui hoje e dizer palavras lindas e emocionantes sobre tudo que a minha mãe significa pra mim. Mas isso não basta. Não basta dizer que ela é a pessoa em que eu mais me espelho por ter começado a trabalhar com 14 anos pra sustentar seus próprios irmãos. Não basta dizer que ela é um exemplo de pessoa porque conseguiu tudo na vida praticamente sozinha, batalhando todos os dias. Não basta dizer que ela é a mulher mais forte que eu já vi só por aguentar um parto atrás do outro, seguido da morte do próprio pai e ainda sair dessa depois, aguentando tudo sozinha, de novo. Não basta dizer que ela é a mulher mais baixinha e valente que eu já conheci e que defende o que acredita com unhas e dentes (e aí de quem ir contra!). Não basta dizer que ela é linda, maravilhosa, corajosa, inteligente, uma mulher de Deus! E que com os castigos, tapas e xingos de sempre, ela é tudo pra mim. E de diferença mesmo entre nós duas só os muitos anos de experiência. Porque, pode acreditar, a palavra idênticas foi criada pra nós. Mãezinha, eu sei que logo depois que eu terminar de escrever esse texto eu vou te fazer sentar em frente ao computador e ler isso, porque eu ainda não vou ter te dado parabéns, como sempre, já que eu sempre tento te fazer alguma surpresa antes da palavrinha mágica que todo mundo vai te dizer hoje. Porque você não merece parabéns hoje por hoje ser seu aniversário. Você merece parabéns todos os dias por ser quem você é! Que Deus te dê o dobro de força, o dobro de sabedoria, o dobro de coragem, o dobro de perseverança, o dobro de beleza, o dobro de tudo que a senhora já tem.
"Eu te amo" agora são palavras fúteis demais. Mas, eu te amo!

sábado, 13 de março de 2010

Como o Che!


De vez em quando eu gostaria de voltar ao jardim de infância. Naquele tempo que podíamos até não conhecer as outras crianças, mas, mesmo assim, cinco minutos depois já estávamos brincando com elas como se fôssemos melhores amigos há muito tempo. Isso porque éramos o que queríamos ser e pronto. À medida que a gente vai crescendo, vai se decepcionando e enxergando um lado da vida que não conhecíamos antes. Lado obscuro, lado mal, que eu preferia não ter visto. A partir daí nossos dias se enchem de uma eterna monotonia e melancolia inigualáveis. Tudo perde a cor. Aquele amor e alegria que a gente tinha no peito vão se apertando cada vez mais até não sobrar quase nada. Tudo em que acreditávamos antes vira infantilidade e perda de tempo. É nesse momento que me vem uma nostalgia e enjôo imensos ao pensar que um dia eu posso chegar a ficar assim.

Mas há! Eu tenho uma carta na manga. Há um tempo atrás, ela seria colocar as coisas que eu mais gostasse numa caixa, decorá-la com o máximo de frases otimistas do tipo "Nunca se esqueça de ser criança" e "Nunca se esqueça de quem você é por dentro" com a maior gama de canetinhas coloridas que eu pudesse juntar, e depois enterrar tudo até o dia que eu achasse que eu precisava relembrar tudo. É, eu gostava daquele filme da Britney Spears. Mas, agora eu vejo que talvez isso não funcione muito, afinal de contas serão só palavras. E apesar de palavras terem muito poder também, nesse caso elas não seriam muito adequadas. Então vamos partir pra ação.

O plano seria uma rota de viagem. Destino? O mundo. Talvez eu vá até o deserto de Atacama, no Chile; até as pirâmides do Egito (se elas ainda existirem); até uma ilha vulcânica; até o Canadá, China, Holanda, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, Coréia do Sul e do Norte, Japão, Austrália, Argentina, Angola, África do Sul, México e todo o resto. Talvez eu até estude antes pra saber o que fazer nesses lugares. Exatamente como Che Guevara, O Che. Eu quero é me esbaldar, conhecer lugares e pessoas novas, correr e gritar o mais alto que eu puder, ajudar quem eu conseguir ajudar, ser quem eu quiser ser. E bem, eu posso até não fazer diferença nenhuma onde eu for e posso nem chegar a ir a lugar nenhum, mas o plano está feito. E eu espero realmente que quando eu crescer não ache isso tão infantil. E se achar, tomara que eu seja como a Dercy Gonçalves, tirando a parte dos palavrões. Ou como a Hebe Camargo. Ou talvez até mesmo como a minha doce avózinha que é muito mais viva e antenada que muitos quarentões e quarentonas por aí. Porque a monotonia e melancolia da vida adulta, esses eu não quero não!


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Hi people! Desculpem a demora pra postar, andei meio ocupada por esses dias. Sabem como é, primeiro ano do ensino médio não é mole não, hahaha. Mas enfim, tá aí mais um texto. Espero que gostem. E por favor, não saiam sem comentar, combinado? Beeeijos.

ps: Sim, o layout está mudado. De novo.

terça-feira, 9 de março de 2010

Antoine de Saint-Exupéry, muito obrigada.


"E a raposa disse: - Tu não és ainda pra mim senão um garoto inteiramente igual a cem outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim único no mundo. E eu serei pra ti única no mundo...Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo pra mim não vale nada. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então, será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo." - O pequeno Príncipe

' E isso é que é amor! Existe explicação melhor que essa?

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Nada além de mim

Eu estava deitada, embaixo da sombra, quando uma leve brisa me fez abrir os olhos. Me deparei então com o lindo céu azul que acima de mim estava e com a ofuscante luz do sol. Levantei e me sentei. Observei o campo aberto à minha frente. Parei por um momento, respirei o ar quente e percebi que na verdade não era ali que eu queria estar. Então automicamente fechei os olhos e começei a imaginar os lugares que mais me apetecia. Me vi em uma pequena estrada, no meio de uma floresta cercada de enormes árvores floridas. Mal dava pra ver o sol, de tão altas que eram as árvores, mas sabia que era dia. Devia ser a primavera, a estação do romantismo como dizem, mas a estação do ano não era o que me importava de verdade e romantismo não era o que eu buscava naquele exato momento. Abri os meus olhos e vi que já não estava mais lá. Não entendi muito bem porque no início, mas não digo que fiquei triste. Não era ali que o meu coração estava, então de nada adiantava estar lá. Mas gostei da experiência. É, eu devia praticar isso. Então fechei os olhos novamente e vi uma trilha. Andei alguns minutos por ela até que cheguei em uma praia. Era o nascer do sol. Um momento lindo, mágico. Com certeza lá era melhor que a floresta. Fui até a beira do mar e me sentei na areia extremamente branca. A água era cristalina e dava pra ver os peixinhos coloridos nadando. Fiquei ali por um bom tempo, contemplando aquela imagem, até que o sol começou a esquentar demais. Era o momento de ir embora. Abri os olhos novamente e vi o campo em que estava. Olhei à minha volta tentando me agradar dali pra que não precisasse mais procurar o meu lugar, mas foi em vão. Então fechei os olhos e continuei a minha busca. Dessa vez me vi em uma clareira. Havia um riacho e um pouco mais abaixo dele, uma cachoeira. É, ali estava bom. Era calmo, sereno e até um pouquinho frio, apesar de também ser dia. Eu gostava disso. Coloquei os pés dentro d'água e me sentei em uma pedra. Mas ela era cheia de musgos e a água também estava muito fria. Não, ali não era onde eu queria estar também. Sem esperanças, abri os olhos e decidi ficar ali no campo mesmo. Estava cansada de procurar o meu lugar, nada parecia ser bom o suficiente. Eu precisava de verdade era me acostumar. Me deitei na relva e olhei pro céu. Já estava quase escurecendo e uma pequena lua apontava ao longe. Não dava pra vê-la direita por causa do sol que ainda brilhava lá em cima, mas eu sabia que ela estava lá. Olhei com mais precisão e finalmente consegui contemplá-la. Ela era tão linda. Tentei então olhar pro sol, afinal de contas, ele devia ser mais bonito ainda que a lua. Pelo menos, era isso que todo mundo dizia. Olhei pra ele mas rapidamente desviei os olhos. Ele brilhava tanto, mais tanto, que sua luz ofuscava os meus olhos. Estava decidido então, eu não gostava do sol. Ele sempre lá, se achando o rei. Ninguém conseguia chegar perto dele. Ele era perfeito demais. Eu gostava mesmo era da lua. Tranquila, linda, confiante, mas não se achava melhor que ninguém. E ao contrário do que dizem, de solitária ela não tinha nada. Estava sempre acompanhada pelas estrelas. A medida que a noite caía, eu começei a gostar mais ainda do lugar em que estava. Uma brisa fria, mas calma tomou o lugar do ar quente de antes e o céu agora estava muito mais cheio. Foi então que eu entendi tudo. Não se tratava do lugar em que eu estava, mas das coisas que tinham lá. Imediatamente então eu fechei os olhos e vi a floresta em que estava primeiro. Na minha mente e com o meu coração, mudei o quadro: tornei o dia noite. E eu gostei do que vi. Fui também até a praia e ao invés de um nascer do sol, imaginei o crepúsculo. E eu simplismente fiquei maravilhada com aquilo. Era tudo tão perfeito. Me lembrei então de que faltava um lugar. Fui até a clareira e fiz a mesma coisa que tinha feito nos outros lugares. E pra minha não surpresa, o resultado foi o mesmo. A noite fez com que a água ficasse quente e os musgos de antes não me encomodavam mais. Extremamente feliz com a minha descoberta, eu abri os olhos e o meu campo escuro me deu uma enorme paz. Então, com um sorriso no rosto, eu adormeci. Porque eu tinha a plena certeza de que finalmente tinha encontrado o meu lugar e que ele não dependia de nada, além de mim.


Somebody Tell me: www.temnomenenhumnao.blogspot.com

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Lifehouse - Everything

[VEJAM O VÍDEO ANTES DE QUALQUER COISA]





Você pode até fingir que não, mas a alegria que o dinheiro, a bebida, o sexo, a beleza exterior e todo o resto te proporciona é passageira. Depois daquela festa inesquecível, o problema sempre volta, vem a ressaca e muitas vezes, as consequencias do que você fez nela. O dinheiro não compra tudo, e o que ele compra um dia acaba. A beleza exterior um dia acaba. E depois o que vai te restar? A morte como no vídeo? Sabe pra onde você vai quando morrer? Eu sei que esse tipo de pergunta é muito pesada, mas é a verdade. Tudo um dia acaba. Eu sei pra onde eu vou. Sei que apesar de tanta coisa ruim no mundo tentando me afastar de Deus, eu posso estar perto dEle. E sei que nenhum problema nunca vai ser maior que Ele. Não entendo as coisas, não compreendo o mundo, mas confio em Deus. Afinal de contas, Você é tudo. É isso o que diz a música. Não sei se ficou muito claro, mas o tudo em questão é Deus. E isso é totalmente verdade. Ele é tudo pra nós. E mesmo que tenhamos pecado e fugido da presença Dele, assim como a menina da peça, Ele ainda nos salva no final. E Ele é maior que tudo e todos que tentam te deixar pra baixo. É maior que qualquer problema, pode fazer o impossível e enfrenta o que for por você. E sabe porque? AMOR. E não existe nenhum igual a esse.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Tão comum


Então, na verdade mesmo, nem era pra eu estar postando hoje. Fiz uma postagem ontem e normalmente eu espero pelo menos uns quatro dias pra ver um número maior de comentários. Mas, apesar do número de comentários maior ainda ser um alvo, eu realmente preciso escrever. (se quiserem comentar ainda o post tá logo aqui abaixo)
Não sei se vocês repararam mas o blog está mudado. De novo. Não que eu mude de opinião a toda hora, apesar de isso não ser tão ruim, mas é que a maioria dos layouts que eu ponho nunca são bons o suficiente e encontrar um que se pareça comigo parece cada vez mais totalmente surreal. Mas dessa vez eu precisava mudá-lo de verdade. É como dizem, as mudanças interiores são vistas através das exteriores. Não sei se me expressei bem, mas o que quero dizer é que EU também mudei.
Sei que eu já disse isso uma porção de vezes e ultimamente tenho falado bastante, mas cada vez que eu digo isso é porque cresci um pouquinho mais. A vida é assim mesmo. Cada dia colocamos um tijolo a mais na construção. Eu sei que isso ficou bem piegas, mas é a verdade. Estamos sempre mudando e crescendo. Um sorriso, uma lágrima, qualquer ação e até mesmo palavras podem nos fazer crescer toda vez que precisamos. E eu precisei. Não sei bem o que acontece comigo e os meus textos, mas é incrível como a maioria dos blogs cresce e esse aqui não. Eu não sei se o problema é eu não ter vinte e quatro horas pra fazer propraganda ou se as coisas aqui são verdadeiramente uma merda, mas eu ainda prefiro acreditar que a primeira opção é a verdadeira. Então, eu passarei a mandar o link daqui pra todos os blogueiros possíveis e a República Capricho vai se tornar minha segunda casa. Então se isso não bastar, eu ainda tenho uma outra carta na manga.
A maioria dos textos que eu escrevo aqui dão um trabalho danado. Eu me esforço 100% pra que histórias avulsas sejam o mais verdadeiras possíveis e não tomem rumos infantis e idiotas. Mas, normalmente elas tomam esse rumo. Sei lá, é que as vezes parece que escrever sobre longas despedidas, ou longos encontros regados a romantismo e dramatismo e todas essas coisas piegas que todo mundo ama não me deixa satisfeita. Não estou dizendo que amor é uma coisa ultrapassada, longe de mim isso, logo eu, romântica incorrigível. Mas é que eles nunca parecem o suficiente e são sempres...comuns. Ora, quem nunca ouviu uma linda história de amor como a do post debaixo? Isso é clássico. Eu sempre tentei dar uma de diferente, mas há algum tempo atrás percebi que todo mundo tenta fazer isso. Então, diferente de verdade é aquele que não tenta fazer nada. É o que é e pronto. Se ele não estiver na moda não tem problema, mas que mal há em estar? Qual o problema em seguir o modismo e ser como a sociedade quer? Nenhum, se você for assim de verdade. Então, eu me cansei de tentar fazer diferente porque eu sempre vou acabar igual a todos os outros. Eu digo que eu odeio rosa, mas eu não odeio. Só gosto mais de outras cores. E percebi que falar que preto é a única cor que presta, dizendo que eu cresci por achar que rosa é cor de menininha infantil, me deixou mais infantil ainda. Não digo que deixei de gostar de preto e nem que agora sou amante do rosa, mas agora eu posso equilibrar os dois. E percebi também que por mais que eu tente, eu nunca vou conseguir achar o meu gosto perfeito.
E é dessa mesma forma com os meus textos. Hoje eu estive lendo um arsenal de blogs um pouco diferentes dos que eu estou acostumada a ler sempre e me surpreendi de um jeito tão grande que essa mudança é reflexo disso. Eles são sempre verdadeiros. Não são comuns, mas eu sei que também não há nada de errado em ser. Porque eu quero o diferente e o comum, o engraçado e o filosófico. Talvez isso esteja no meu sangue desde pequena. Sempre gostei de brincar de bola e de casinha. Sempre quis ser a descolada e doce ao mesmo tempo e gosto de jazz e música clássica tanto quanto de rock pesado. E esse é o rumo que eu espero que o blog tome. Eu sempre vou tentar fazer textos enormes, filosóficos, cheio de fortes opiniãos e reflexivos de arrepiar qualquer um, mas se alguma dia sair apenas mais um romance, que seja. Porque muitas vezes, faz bem não se importar em dizer oi, eu sou normal. Contato que seja você, nada mais importa e tenha certeza de que tudo vai dar certo.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Romance recentemente antigo

Esses dias eu estava olhando as minhas antigas postagens no Somebody Tell Me e achei um texto que eu fiz há um bom tempo atrás, nos primeiros dias do blog. E bem, como eu to meio ocupada por esses dias (não por causa do carnaval) eu fiz algumas modificações e resolvi postar. Era uma tarefa de português que eu tinha feito. Uma paráfrase criativa feita a partir de uma poema, bem ruim por sinal. Bom, pelo menos eu achei. Pra quem não sabe, uma paráfrase criativa é um texto feito a partir de outro que pode levar qualquer rumo e ser escrito de qualquer maneira, contanto que o tema seja o mesmo do texto original. Enfim, eu fiz um romance e queria compartilhar com vocês. Eu vou ficando por aqui e vocês fiquem a vontade pra ler o texto e falar o que acharam. Beijos queridos leitores.

Primeiro, o poema:

CONTOS EM LETRAS GARRAFAIS

Todos os dia esvaziava
uma garrafa, colocava
dentro sua mensagem, e a
entregava ao mar.
Nunca recebeu resposta.
Mas tornou-se alcoólatra.




Agora, o texto:



MANHÃ DE NATAL

Ele tentou abraçá-la aos prantos como se o seu abraço a imobilizasse ou ajudasse de alguma forma pra que ela não partisse. Ela rapidamente se soltou e saiu andando.

- Meu amor, por favor, não vá embora!
- Sinto muito Harry, não dá mais pra nós...

E partiu, deixando-o em pé, acabado. Como ele a amava, mas por um deslize a havia perdido. Perdido o amor da sua vida. Lembrou-se então de como se conheceram. Era uma tarde de primavera e Harry havia sido demitido. Estava tão chateado, sabia que era um bom publicitário e não tinha culpa do que havia acontecido. Não sabia que uma única propraganda colocaria sua carreira a perder. Sentado ali, sozinho, ele aspirou o ar puro que estava ali e a brisa fria e calma das manhãs de Vancouver fez com uma lágrima quente rolasse pela sua face. "O que será de mim?", pensou ele. Estava tão mergulhado em seus pensamentos que nem percebeu que já havia passado da hora de fechar o parque. Caminhou, então, em direção à saída.
Foi então que ouviu alguém bater na porta do banheiro feminino.

- Alguém, por favor ?! Eu estou trancada aqui, abram a porta!

Mas Harry nem se importou e continuou andando. A moça então tornou a gritar. "Não custa nada ajudá-la", pensou ele, voltando para abrir a porta. Ele puxou a maçaneta e ela quase caiu. Ele nunca havia se esquecido, ela vestia um vestido florido, soltinho até o joelho e usava um suéter rosinha por cima. Com o cabelo curto até o limite do pescoço, e levemente maquiada ela parecia uma...manhã de natal. Essa era a única comparação que lhe vinha a cabeça capaz de demonstrar sua beleza e serenidade. Naquele momento, Harry sentiu seu coração bater mais forte, as pernas ficarem bambas e começou a suar. Não sabia o que estava acontecendo, mas sentia que precisava conhecê-la.

- Oi, muito obrigada! - disse a garota sorrindo - Meu nome é Sofie, muito prazer!

"Sofie", era assim que ela se chamava. Harry viu a mão dela estendida, mas havia perdido a fala e os movimentos. Observou o rosto da garota atentamente. Ela tinha traços femininos e gentis, o cabelo preto e liso e olhos cor de chocolate que juntos formavam um conjunto maravilhoso. Eram tão profundos e transmitiam tanta doçura, que era impossível não se render aos seus encantos. Lembrou-se, então, da mão estendida a sua espera.

- Você é linda! - foi tudo que ele conseguiu dizer.

Sofie riu.

- Obrigada. Bom, eu acho melhor irmos antes que o parque feche.

Ele concordou e saíram rumo à porta. Mas quando chegaram lá ela já havia sido fechada.

- Acho que vamos ter que ficar aqui por enquanto - disse Harry, tirando um pequeno sorriso de vergonha de Sofie.

Caminharam em direçao a uma árvore enorme, toda florida, onde se sentaram.

- E, a propósito, qual é o seu nome?
- Ah, sim, é Harry.
- Harry...Então Harry, o que você faz?

Ele lembrou-se então do que havia acontecido, mas por mais vergonha que tivesse de admitir, não conseguiu mentir pra ela, que o olhava fixamente.

- Fui demitido. - disse tristemente.
- Ah, me desculpe. - Sofie falou envergonhada.

Ele começou a rir descontroladamente e ela o acompanhou. Os dois ficaram assim por um bom tempo, rindo sozinhos. Harry então parou de rir subitamente e outra lágrima lavou seu rosto. Sofie então levantou a mão e afagou seu rosto, suave e carinhosamente, como que para confortá-lo. Ele segurou a mão dela em seu rosto e apenas isso foi necessário.

E agora, desolado, sentado no sofá, com a cerveja na mão, Harry lembrava-se de tudo. Pensou nela, que a essa altura já estava no Japão. Sofie recebera uma proposta de trabalho por lá, mas não foi por isso que o deixou. Ela achava que havia sido traída, mas não era verdade. Harry a amava demais para pensar em outra mulher. Mas Sofie não sabia disso, e a culpa não era dela.

Ao recuperar o emprego, Harry trabalhava o dia inteiro e se estressava demais. Se tornou frio, superficial e mau-humorado. Não demonstrava seu amor e Sofie não o reconhecia mais. A "suposta" traição, então, foi a gota d'água para o frágil coração dela. Harry olhou profundamente a garrafa de cerveja em sua mão, chorando novamente. Ele tinha que recuperar sua amada, só não sabia como. Foi então que veio a idéia. Saiu e comprou 100 garrafas e as esvaziou. Começou então a escrever diversos bilhetes e quanto tudo já estava pronto, saiu de carro em direção à praia. O propósito era ou que Sofie encontrasse alguma, o que era muito improvável, ou desse notícia de um maluco chamado Harry que estava "poluindo" o oceano. Em cada pedaço de papel ele escreveu uma mensagem: Me perdoe; Eu nunca seria capaz de te trair; Eu te amo demais...
E, no último pedaço, lembrando-se do primeiro encontro novamente, escreveu:
"Sofie, me perdoe por tudo. Eu fui um idiota e você não merece isso. Mas eu preciso da sua mão no meu rosto, eu preciso de você para me guiar. Eu te amo além da compreensão. Seja novamente minha manhã de natal?" E apenas isso foi necessário.